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Foto do escritor Amici Allegri

Conheça os tipos de alergia mais comuns nos nossos pets.

Atualizado: 27 de jan. de 2021


Cuidar dos nossos bebês pets exige sim muita atenção. Não se iluda. Assim como crianças, eles também requerem cuidados para que possam viver plenamente.

E, ainda tem um detalhe que complica muito: eles não falam! Temos que ter uma sensibilidade e atenção ainda maior.

Veja se você concorda conosco: o seu pet está estranho, não tão animado, não correu, comeu bem e assim por diante... já pensamos em indigestão, otite, que machucou alguma coisa, que algum inseto mordeu... massssss, saiba que um dos problemas que podem afetar a qualidade de vida pode ter origem alérgica.

É comum que cães se cocem, é a forma que eles têm se aliviar de algum agente irritante. Contudo, quando isso acontece em excesso e está focado em um local específico é incomodo, pode evoluir descamação e feridas e posteriormente, se não for dada a atenção necessária, perda do pelo na região.

Dermatite atópica, por exemplo, é uma doença inflamatória, fazendo com que cachorros tenham uma hipersensibilidade a diversos alérgenos presentes em seu ambiente. Eles podem ser pólen, poeira, ácaros etc. Os principais sintomas dessa alergia são coceira, vermelhidão, descamação da pele, queda de pelo e até otite.


Uma pesquisa realizada pela farmacêutica Zoetis em conjunto com veterinários brasileiros apresentou um número muito interessante: uma em cada seis consultas no país são motivadas por coceira. Felizmente, temos recursos para esse incômodo! Existem desde pomadas e sprays que aliviam a pele até comprimidos que modulam a imunidade, alterada nos pets com a condição alérgica.


Mas, a grande aposta é no primeiro remédio imunobiológico contra a doença. Injetável, ele bloqueia a substância que desata a coceira e as manifestações na pele. Nos estudos, sua eficácia chega a 85%.

O medicamento chamado Cytopoint é inovador nesse contexto porque age no alvo da coceira, bloqueando a interleucina 31, substância inflamatória responsável por causar a complicação, interrompendo assim o ciclo de comichão nos cães atópicos. O remédio é injetado mensalmente e apresenta várias vantagens porque não é tóxico ao organismo do animal, uma vez que se utilizam anticorpos praticamente iguais aos produzidos pelo cachorro. Portanto, dá pra dizer que ele é mais natural. Outra vantagem é o fato de poder ser administrado quando outros medicamentos para dermatite atópica, à base de corticoides ou ciclosporina, por exemplo, não podem ser usados. Essa contraindicação existe em caso de problemas no fígado ou de Leishmaniose, doença causada por um parasita, comum no Brasil.


“A dermatite atópica é uma doença muito frequente em cães, e os donos que conheço procuram desesperadamente uma solução rápida, fiável e segura para o sofrimento dos seus animais. Com uma injeção uma vez por mês, acho que Cytopoint pode responder às necessidades dos donos em relação aos seus cães. Os dermatologistas e veterinários europeus terão agora acesso a uma nova classe terapêutica, graças a este primeiro anticorpo monoclonal para uso veterinário. Trata-se de uma inovação muito importante, que melhora significativamente a saúde e a qualidade de vida dos cães e alivia as famílias”, diz também Annette van der Lee, médica veterinária especializada em Dermatologia e uma das envolvidas nos ensaios clínicos do Cytopoint.

Para informações sobre esse tratamento, vamos colocar aqui todo o estudo e pesquisa divulgado pela Zoetis. É denso, mas vale conferir o material para debater com seu veterinário.

Fomos orientados e pesquisar sobre uma entrevista dado por Chiara Noli, que foi a primeira presidente da Sociedade Italiana de Dermatologia Veterinária e é membro do Colégio Europeu de Dermatologia Veterinária. Ela esteve no país para participar do Congresso Medvep Internacional de Dermatologia Veterinária, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A entrevista não é muito recente, mas, sinceramente, ela é ótima.


Segundo Chiara, se observa esse crescimento no número de cães com dermatite atópica em virtude da mudança de hábitos de higiene, que nos animais vem aumentando muito e cada vez mais se aproximando dos hábitos humanos e se distanciando dos caninos. Quando se retira do organismo o contato com parasitas e bactérias, o sistema imunológico fica mais ocupado com alérgenos do ambiente, como o pólen e os ácaros. Isso é o que se chama de “hipótese da higiene” para os seres humanos e há evidências de que também se aplica aos animais. Quanto mais limpo vive o animal, maiores as chances de aparecerem alergias.


Outro ponto muito interessante está relacionado à genética. A população canina deriva de um grupo genético restrito. O cão surgiu do lobo e, a partir de uma pequena linhagem desses animais, nasceram todas as raças de cães. Essas raças são criadas de forma a manter certo padrão genético, de pelagem e tamanho da orelha, por exemplo, e, assim, não há mistura com cães de outras populações, com outros perfis genéticos. Isso faz com que a quantidade de genes seja pequena e selecione os animais alérgicos. Tanto é que na dermatite atópica existe predisposição racial muito nítida. Algumas raças têm mais alergias que outras: buldogue francês, shih tzu, shiba inu, labrador e pitt bull terrier

Ela também ressalta que existem gatilhos para a manifestação dos sintomas da dermatite, que no caso da dermatite atópica em si, o primeiro agente por trás do problema é a poeira doméstica, especificamente quando contém o ácaro Dermatophagoides farinae. Observa-se em destaque também o gatilho do pólen, fungos que causam alergias e até cachorros que são alérgicos a gatos. A maior ocorrência de dermatite atópica, seguidas de dermatite também é muito comum por hipersensibilidade alimentar, dermatite alérgica de contato, hipersensibilidade a fármacos (farmacodermia) e dermatite por hipersensibilidade a picada de pulgas.


Em relação à alergia alimentar, um grande estudo de 2016 coletou todas as publicações científicas sobre dermatite e mostrou que um terço dos cachorros é alérgico à carne bovina. Também estão nessa lista produtos à base de leite e frango, seguidos por itens com trigo e arroz.


A alergia ao mofo é algo que incomoda tanto humanos quanto cachorros. Em locais especialmente úmidos ou casas que não são bem arejadas, pode haver o desenvolvimento de fungos, também conhecidos popularmente como mofos. Ao liberar os esporos (uma espécie de “semente” do fungo), os fungos podem entrar em contato com a pele do pet e causar irritação. Essa irritação normalmente causa muita coceira que, como consequência, originam uma ferida e também queda de pelo.


Segundo Chiara, alguns ajustes podem ser feitos na rotina do pet para minimizar as manifestações da dermatite canina. Animais que passam muito tempo dentro de casa têm mais contato com alérgenos presentes em tapetes, carpetes e objetos onde o pó e os ácaros se acumulam. Sem contar o tédio de permanecer ali dentro. Isso faz com que eles sintam mais o prurido e se cocem. Quando se coça e se sente melhor, o animal cria um hábito. É como um círculo vicioso. Por isso, é importante levar os pets para passear e não deixá-los em locais onde ocorre acúmulo de poeira.

Essas orientações também servem para evitar o problema do mofo. É importante manter a casa sempre arejada, completamente seca e limpa. Para quem possui ar condicionado, a recomendação é deixar o filtro sempre limpo. Isso também evita que seu pet desenvolva problemas respiratórios. Só esses cuidados já servem imensamente para evitar a incidência dos principais gatilhos para alergias e problemas de saúde.

Em relação ao gatilho associado às picadas de insetos, com destaque para as pulgas e carrapatos que são os grandes vilões, já falamos aqui sobre os cuidados com a manutenção mensal de remédios que evitam as picadas! Além do perigo de transmitir doenças mais sérias, esses artrópodes também podem causar sérios quadros de alergia. Esse quadro é chamado de dermatite alérgica que é justamente uma reação do contato com algum corpo estranho. Isso se dá por conta da saliva desses parasitas, eles a injetam ativamente na pele do cachorro para que o sangue não coagule. Isso garante a refeição deles, mas pode causar o quadro de dermatite. A melhor solução para ela é justamente retirar o estímulo agressivo. Sendo assim, medicamentos que evitem a infestação destes insetos são necessários, além de uma bela faxina para eliminar aqueles que já estão em sua casa.


Temos uma postagem sobre isso aqui.


Reações alérgicas também podem acontecer por picadas de insetos como formigas e até mesmo abelhas. Alergia em cães pode se manifestar por diversas causas.


A dermatite atópica canina é muito parecida com a humana. Tanto é que uma serve de modelo para a outra. Isso é bom porque existe mais investimento para estudar a doença em cães. É possível mencionar também o fato de os cães viverem menos tempo que as pessoas. Isso torna mais fácil acompanhar e estudar a doença para se ter resultados mais rápidos em matéria de diagnóstico e tratamento.



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